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Combinando IA e PAT: fabricação de medicamentos em escalas menores e enxutas

A identificação assistida por IA e os testes de medicamentos estão em ascensão na indústria farmacêutica, com todas as atenções voltadas para a precisão e o rápido lançamento no mercado. E se a IA e a tecnologia analítica de processos (PAT) forem combinadas? Podemos esperar processos mais enxutos? E instalações de fabricação de medicamentos em pequena escala?

Seguindo o padrão estabelecido pelas vacinas contra a Covid-19 e pela tecnologia farmacêutica inovadora, como o mRNA, aumentaram as expectativas para acelerar a comercialização de novos produtos no setor de Life Science.

Esses desenvolvimentos também elevaram o nível de confiança no setor de Life Science e sua capacidade de utilizar a Inteligência Artificial para isso. Com a tecnologia já causando um grande impacto, o foco agora está nos processos dentro da fabricação de medicamentos. A ferramenta de Inteligência Artificial pode impulsionar a rápida identificação e testagem de novos medicamentos ou técnicas de diagnóstico, como a tecnologia analítica de processos (PAT) usada nos processos de fabricação.

Assim, o uso da IA em conjunto com a PAT pode ter um grande impacto na engenharia farmacêutica e enormes implicações para o tamanho, a localização e a gestão das instalações de fabricação farmacêutica.

O que o PAT pode fazer pela indústria farmacêutica?

O PAT melhora a compreensão dos processos, aumenta a eficiência e garante a qualidade do produto. Seu monitoramento e controle em tempo real das condições permitem a coleta de grandes quantidades de dados para suportar a análise e ajudar a identificar oportunidades de melhoria.

Permite também a análise de amostras ao longo de todo o processo de fabricação farmacêutica, em vez de atuar apenas no final do ciclo. Com isso ajustes e correções rápidos no lote possibilitam economia de tempo, de custos e evitam desperdícios.

Altos níveis de automação permitem que os fabricantes farmacêuticos reduzam as demandas físicas sobre os funcionários e diminuam o erro humano, aumentem a capacidade de realizar testes e fazer monitoramento contínuos, o que traduz em aumento de confiança do consumidor, assim como podem acelerar o longo processo de aprovação de medicamentos e permitir ajustes rápidos e eficientes para atender a diferentes requisitos regulatórios em todo o mundo.

Como a IA aumentará a popularidade do PAT?

A demora na adoção do PAT, tecnologia analítica de processos, na indústria pode ocorrer devido à inércia e à falta de vontade de mudar onde os processos atuais atendem às expectativas. Também pode haver preocupações sobre as diferentes habilidades necessárias para os funcionários operacionais ou a necessidade de ver mais testes adicionais e de longo prazo para comprovar os resultados.

A IA poderia acelerar a adoção graças à execução rápida de modelagens extensivas e testes para confirmar sua eficácia. Isso ajudaria a construir o corpo de pesquisas e resultados, incentivando a confiança e demonstrando o impacto que ela pode ter em todos os processos relacionados a medicamentos.

A melhoria contínua nas ferramentas do PAT reduz a necessidade de operadores altamente especializados e diminui os custos de capital (CapEx) para os fabricantes que consideram a sua implementação.

A Inteligência Artificial pode ser um catalisador em todo o processo, com os dados gerados sendo analisados por algoritmos de Machine Learning resultando em uma melhoria contínua do produto e da eficiência do processo de fabricação.

Novos Modelos: Fabricação farmacêutica mais enxuta e em pequena escala?

A eliminação de processos supérfluos poderia facilmente levar a plantas reduzidas com uma pegada muito menor do que as instalações de fabricação atuais. A padronização poderia proporcionar plantas farmacêuticas em pequena escala sendo estabelecidas ou enviadas para locais remotos, onde os medicamentos podem ser fabricados sob demanda. Com a necessidade reduzida de intervenção humana, em vez de serem enviados a partir de um grande local centralizado, a fabricação de medicamentos poderia seguir o modelo de ONGs globais, com unidades locais prontas para implantação emergencial, ou a forma como pequenas estações de tratamento de água localizadas em regiões vulneráveis são usadas para melhorar o saneamento e o abastecimento.

A redução do espaço ocupado e das restrições de localização poderia ter um impacto significativo no design das instalações de fabricação, na estratégia imobiliária e nos custos operacionais. Além disso, poderia apoiar também os objetivos de sustentabilidade.

Reutilização de escritórios em fábricas modulares farmacêuticas

A Deerns está ajudando os clientes de data centers a explorar o potencial de locais menores e periféricos. Existem comparações a serem feitas com o setor de Life Science? A melhoria no processo de fabricação farmacêutica poderia sinalizar um movimento em direção à redução de grandes plantas industriais? Há muito se fala sobre o potencial de reutilizar edifícios de escritórios desocupados em instalações de Life Science (ou de data centers).

A Companhia entende o impacto desses desenvolvimentos em projetos de engenharia, estratégia imobiliária e, em última análise, no seu resultado financeiro. Se a PAT proporcionar uma redução nos requisitos de espaço das plantas de fabricação, esse pode ser o momento em que veremos empresas farmacêuticas mudando para áreas urbanas – especialmente os novos e mais ágeis players dessa indústria.

Processos mais simples e padronizados também aumentam o potencial para o design e criação de plantas de fabricação modulares. A fabricação realizada fora do local de instalação poderia ser um grande passo em direção a um modelo de hub e spoke e uma abordagem mais flexível para a fabricação de medicamentos.

O impacto da combinação de Inteligência Artificial e PAT nos modelos de fabricação farmacêutica poderia ser revolucionário. E não podemos nos dar ao luxo de ficar parados assistindo ao progresso da IA na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e depois nos perguntarmos como vamos recuperar o atraso na fabricação de medicamentos.

Vamos conversar

Rui Dinis

UK Life Science Lead - Associate Director

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