A Deerns está contribuindo para a entrega de uma nova e essencial torre de controle no Aeroporto de Milão-Linate, projetada para apoiar o futuro do controle de tráfego aéreo.
A construção de uma nova torre de controle de última geração representa um marco fundamental na evolução do Aeroporto de Milão-Linate. Projetada para atender ao aumento da demanda por tráfego aéreo e apoiar o futuro da navegação, a torre é resultado de um esforço colaborativo que reúne diversos consultores especializados e alguns dos principais especialistas em infraestrutura aeroportuária. A atuação da Deerns na supervisão das obras garantirá que a torre seja equipada com sistemas resilientes e monitoramento técnico avançado.
As obras da nova torre, com 43 metros de altura, tiveram início em novembro de 2025. Diferentemente de estruturas convencionais, esta instalação precisa operar de forma contínua — 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano — sob quaisquer condições. “A redundância é essencial”, afirma Valerio Barberi, diretor de Operações de Aeroportos da Deerns na Itália. “Se houver uma queda de energia, a torre deve permanecer totalmente operacional. Isso significa que todos os sistemas, elétricos, mecânicos e demais, precisam contar com mecanismos de segurança.”
Três áreas de especialização
A Deerns foi contratada para atuar em três áreas principais de sua expertise:
- Supervisão completa das obras dos sistemas MEP (mecânicos, elétricos e especiais, incluindo hidráulica);
- Gestão de todos os dados de construção MEP em BIM (Modelagem da Informação da Construção);
- Supervisão das obras da fachada.
" Quando concluída, esta torre será uma referência em resiliência e integração de sistemas na infraestrutura aeroportuária. E a Deerns tem orgulho de entregar esse padrão.
MEP e fachada: engenharia em um cenário complexo
Situada próxima a um lago e sobre um solo instável, a torre exige fundações profundas em estacas para garantir estabilidade a longo prazo. Além disso, sua estrutura superior precisa permanecer firme sob ventos fortes para evitar desconforto aos ocupantes.
O projeto da fachada de vidro trouxe desafios adicionais. Os controladores de voo precisam de visibilidade total de 360 graus, o que exigiu eliminar colunas no lado voltado à pista, utilizar vidros especiais com baixo índice de reflexo e ajustar cuidadosamente o ângulo das janelas para reduzir o brilho solar. Essas medidas garantem linhas de visão desobstruídas e eficiência operacional, mesmo sob luz solar de baixa inclinação.
Os diferentes pavimentos da torre foram projetados para acomodar equipamentos de alta sensibilidade e instalações de uso técnico e operacional, como áreas climatizadas de trabalho e salas de treinamento utilizadas nos processos de certificação contínua dos controladores. Os sistemas de HVAC e iluminação seguem especificações rigorosas, assegurando desempenho confiável e conforto constante.
BIM: integração entre projeto, tecnologia e supervisão
Uma das principais contribuições da Deerns será a verificação técnica por meio do BIM. Desde a análise dos projetos até a documentação e o cálculo de custos, cada detalhe é modelado pelos projetistas e revisado pelos especialistas da Deerns ao longo da execução das obras.
" Essa abordagem de “gêmeo digital” garante precisão, agilidade e rastreabilidade em todas as etapas do projeto.
O formato ‘design and build’ (projeto e construção) exigiu uma abordagem flexível, porém tecnicamente rigorosa. A função da Deerns será assegurar qualidade sem concessões. “Navegaremos entre as expectativas do cliente, as mudanças nas normas e as condições reais do canteiro para verificar cada detalhe construtivo”, explica Barberi.
Gestão de múltiplos stakeholders
A torre de controle do Aeroporto de Milão-Linate, assim como outras na Itália, não pertence à autoridade aeroportuária, mas a uma empresa pública independente, a ENAV. A Deerns coordenará diversos stakeholders, cada um com prioridades distintas, desde a segurança até a eficiência das operações aeroportuárias. Nesse ambiente colaborativo, mas complexo, a comunicação precisa ser constante, precisa e bem informada.
Serão implementados controles rigorosos para evitar que poeira e detritos ofereçam risco às aeronaves, com uma barreira de proteção em malha ao redor do canteiro para impedir a dispersão de partículas em áreas sensíveis da pista. Paralelamente, medidas serão adotadas para reduzir ruídos e interferências visuais, assegurando a continuidade das operações do aeroporto. Esses aspectos terão atenção especial durante a execução das obras.
Engenharia ambiental e complexidades do terreno
As condições ambientais acrescentaram desafios extras. Construída em um terreno virgem (greenfield) com lençol freático elevado, a torre exigiu um sistema de drenagem projetado com precisão para evitar alagamentos ou até o deslocamento das fundações. A Deerns desempenhará papel essencial na avaliação das obras que mitigam esses riscos.
A equipe também precisou realocar utilidades e sistemas subterrâneos existentes, incluindo tubulações de água, redes de drenagem e antigos cabos de comunicação. Esse processo exigiu mapeamento, remoção e reinstalação cuidadosos, com impacto mínimo nas operações do aeroporto.
Pensando no futuro
Apesar dos desafios iniciais, o projeto segue em ritmo firme. Para se adequar às novas normas técnicas, passou por diversos redesenhos desde o início. Outros contratempos surgiram com a pandemia de COVID-19 e o aumento da inflação, que levaram a novas revisões. “Em nossa área, a adaptabilidade é fundamental”, destaca Barberi. “As especificações, tecnologias e prioridades mudam — e precisamos evoluir com elas.”
Nos próximos três anos, a Deerns estará presente no canteiro durante toda a construção dos sistemas de fachada e MEP. O BIM continuará sendo a principal ferramenta de coordenação, registrando todas as alterações, revisões e documentações de conformidade.